Meditação
Para entender o que é Meditação, primeiro é preciso esclarecer uma coisa importante. Meditação tem dois sentidos. O primeiro é a “técnica” empregada (por exemplo, se concentrar na respiração). O outro sentido é o “estado da mente”, chamado de “Dhyāna”, o sétimo passo descrito por Patañjali nos Yoga Sūtras.
O que mais ouvimos dos alunos é “não consigo meditar porque não consigo parar de pensar”. Ora, mas é isso mesmo! Esse é o papel da mente, produzir pensamentos. Eles são indispensáveis para nossa vida nesse plano. O problema não é sua mente pensar, mas sim você se identificar com os pensamentos!
Um erro comum que as pessoas cometem quando começam a meditar é “esperar que algo aconteça”. As pessoas ficam procurando alguma coisa, alguma sensação quando, na verdade, o que você precisa fazer é simplesmente observar. Com o tempo, você vai perceber como os pensamentos surgem, e vai conseguir deixar que eles simplesmente passem, sem julgamentos, sem se apegar a eles.
O que diz a Ciência sobre Meditação?
Muitos estudos científicos recentes comprovam que a meditação frequente tem a capacidade de mudar nosso cérebro. Chama-se plasticidade a essa capacidade do cérebro de mudar sua forma e funcionamento a partir da experiência. Então, quando você torna a meditação uma experiência rotineira, seu cérebro
vai se modificando.
Alguns dos aspectos relevantes dessa modificação são:
Um aumento da massa cinzenta (importante componente do sistema nervoso central, que contém o corpo celular dos neurônios) na região do hipocampo, que é um órgão pequeno situado no centro do cérebro. Ele é uma parte importante do sistema límbico, a região que regula nossas emoções.
O hipocampo é associado principalmente com a memória, em particular memória de longo prazo.
A redução da massa cinzenta em regiões como as amígdalas cerebrais, associadas ao mecanismo de luta x fuga, ou seja, às respostas emocionais ao que acontece ao nosso redor.
A meditação aumenta, assim, nossa capacidade de reagir com mais equilíbrio aos estímulos que podem nos estressar, causar medo e ansiedade.
PRÁTICA DE MEDITAÇÃO PRESENCIAL: SEXTAS, DAS 7:00 ÀS 7:25
E O MINDFULNESS?
Todo Mindfulness é uma forma de Meditação, mas nem toda Meditação é Mindfulness.
Mindfulness é uma prática de atenção plena que envolve estar consciente do momento presente, sem julgamento ou apego aos pensamentos, sensações e emoções que surgem. É uma forma de cultivar uma consciência plena do que está acontecendo interna e externamente, aumentando a capacidade de resposta consciente em vez de reagir automaticamente. Embora tenha se originado da tradição Budista (de observar os pensamentos, emoções e sensações sem julgamento e com compaixão), a prática é totalmente secular, sem qualquer viés religioso e utiliza recursos e conhecimentos da neurociência e da psicologia ocidentais.
Existem diferentes tipos de práticas de Mindfulness, cada um com suas abordagens e objetivos específicos. Aqui estão alguns dos principais protocolos:
MBSR (Mindfulness Based Stress Reduction) – Modelo desenvolvido por Jon Kabat-Zinn na década de 1980 na Universidade de Massachusetts como um protocolo de intervenção clínica para pessoas que possuíam doenças crônicas. Foi o primeiro protocolo de Mindfulness aceito pela ciência, e embora seja baseado na meditação budista, é uma prática totalmente laica.
MBCT (Mindfulness Based Cognitive Terapy) – Protocolo desenvolvido por Mark Williams (e outros), professor de Psicologia Clínica da Universidade de Oxford. Originalmente, a técnica foi criada para combater a depressão, mas outros benefícios têm sido reconhecidos.
Modelo Neurocognitivo de Mindulness (BMT) – Desenvolvido pela neurocientista Tamara Russel, PhD, Honorary Lecturer at Institute of Psychiatry, Psychology & Neuroscience at King's College London. É um treinamento de mindfulness baseado no corpo que permite que os indivíduos se sintonizem com as reações e respostas corporais, aumentando a conscientização sobre seus hábitos mentais e como lidar com eles.
No Dharma Bhūmi, adotamos o protocolo do Modelo Neurocognitivo (BMT) que, associado à prática de Yoga (que também usa o corpo, mas é voltado para a mente), proporciona uma maior compreensão do funcionamento da mente e de como lidar com seus desafios diários de maneira consciente, e não apenas com padrões de resposta automáticos.